sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Região Nordeste do Brasil - economia, clima, vegetação, relevo e hidrografia

A Região Nordeste do Brasil é composta por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Sua extensão territorial é de 1.554.257,0 quilômetros quadrados, sendo o terceiro maior complexo regional do Brasil, ocupando 18,2% da área do país. O território nordestino limita-se com as regiões Norte (a oeste), Centro-Oeste (a sudoeste), Sudoeste (ao sul), além de ser banhado pelo oceano Atlântico (ao norte e leste).

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população nordestina totaliza 53.081.950 habitantes, abrigando cerca de 28% da população residente no Brasil. A densidade demográfica é de 34,1 habitantes por quilômetro quadrado; o crescimento demográfico é de 1,3% ao ano. O Índice de Desenvolvimento Humano da Região é de 0,720. 
A população urbana é maioria – 73%. O estado da Bahia é o mais populoso (14.016.906 habitantes); Sergipe possui a menor concentração populacional da Região (2.068.017 habitantes).

A capital brasileira foi muito tempo localizada na região, Salvador, hoje capital da Bahia e quarta cidade mais populosa do Brasil.


Sub-regiões da Região Nordeste

A região nordeste é ainda subdividida em quatro regiões de acordo com características climáticas e de urbanização:
Zona da Mata: é a região mais populosa e urbanizada. Compreende a faixa litorânea (mais ou menos 200 km de largura) que vai do Estado do Rio Grande do Norte à Bahia (litoral leste da região nordeste) e é caracterizada pelo clima tropical úmido, grande aporte de turistas, presença de mata atlântica (que assim como na região sudeste, já foi bastante devastada para cultivo de culturas como a cana-de-açúcar), pluviosidade bastante regular, principalmente na região sul da Bahia, e solo bastante fértil.
Agreste: é a região de transição entre a Zona da Mata, bastante úmida, e o Semi-árido, região bastante seca, acompanhando a faixa da Zona da Mata do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. No agreste, predominam os minifúndios dedicados a produção de subsistência e a pecuária leiteira, sendo o excedente comercializado na região da Zona da Mata.
Sertão: região de clima semi-árido que compreende o centro da região nordeste em uma extensão que vai desde o litoral do Ceará e Rio Grande do Norte (neste último, até próximo a cidade de Natal), até a região sudoeste da Bahia. As chuvas são escassas e, por isso a pecuária e agricultura são atividades bastante difíceis na região. O único rio perene do sertão é o São Francisco do qual é desviada água para irrigação em alguns locais e que também é fonte de energia através de hidrelétricas como a de Sobradinho (BA). A vegetação típica dessa sub-região é a caatinga.
Meio-Norte: a região do meio-norte já apresenta uma pluviosidade maior conforme se afasta para oeste, em direção aos Estados do Norte e compreende o Estado do Maranhão e grande parte do Piauí. Nesta região é comum a presença das “matas de cocais” que fornecem bastante insumo para a atividade de extrativismo vegetal. Outras atividades praticadas nesta região são a criação de gado, o cultivo de algodão e arroz.

Sub-regiões do Nordeste
Uma outra “sub-região” compreendida na região nordeste é o chamado “polígono da seca” que compreende quase todos os Estados do nordeste com exceção do Maranhão.

Economia da Região Nordeste do Brasil

A economia nordestina está em constante processo de desenvolvimento. A Região vem recebendo várias indústrias, um dos motivos é a concessão de benefícios fiscais pelos governos estaduais (isenção de impostos, doação de terrenos, etc.), além de mão de obra mais barata; um dos exemplos foi a instalação da Ford, na Bahia, e diversas empresas têxteis, no Ceará.

Outro elemento essencial para a economia do Nordeste é a exploração de petróleo: a região é a segunda produtora de petróleo do país e a maior na extração de petróleo em terra. Possui também um dos principais polos petroquímicos do Brasil – Camaçari, na Bahia.

A Região Nordeste é, atualmente, a terceira maior economia do Brasil entre as grandes regiões. Sua participação no Produto Interno Bruto brasileiro foi de 13,4% em 2011, após a Região Sul (16,2% de participação no PIB) e à frente da Região Centro-Oeste (9,6% de participação no PIB). Ainda assim, é a região com o mais baixo PIB per capita. A distribuição de renda nessa região melhorou significativamente na década de 2000: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, a renda média no Nordeste sofreu um aumento real (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 570 para R$ 734. Entre 2008 e 2009, o incremento foi de 2,7%. Foi a região que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador nesse período.

Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são Sergipe, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte, seguidos por Ceará, Paraíba, Alagoas, Maranhão e Piaui. Em 2011, Ipojuca, em Pernambuco, era o município com maior PIB per capita da Região Nordeste além de décimo sexto do Brasil: R$ 116.198,31; porém havia outras cidades nordestinas com PIB per capita entre os 100 maiores do país: Guamaré-RN (R$ 110.932,38), São Francisco do Conde-BA (R$ 106.050,84),Cairu-BA (R$ 56.685,35) e Candeias-BA (R$ 56.247,86). Em contrapartida, no Nordeste também está localizada a cidade com o terceiro menor PIB per capita do Brasil: São Vicente Ferrer, no Maranhão, com R$ 2.679,66. Os 56 municípios de menor PIB per capita (que correspondem a 1,0% dos 5.570 municípios do país) tinham PIB per capita inferior a R$ 3.492,99 e estavam localizados em seis estados: Maranhão (19), Alagoas (7), Piauí (7), Bahia (6) e Ceará (1), na Região Nordeste; e Pará (16), na Região Norte. Entre os estados nordestinos, apenas Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe não possuem município com PIB per capita inferior a R$ 4.000,00.

A agricultura e a pecuária são extremamente prejudicadas com a irregularidade das chuvas. Destacam-se nesse setor a criação de cabras, em razão da fácil adaptação do animal ao clima. A cana-de-açúcar é o produto agrícola que se destaca, mas as lavouras irrigadas de frutas tropicais vêm crescendo em importância na produção nacional. O Nordeste apresenta significativa criação comercial de camarão, concentra 97% da produção nacional desse crustáceo.

O turismo é de fundamental importância na economia. O grande número de cidades litorâneas com belas praias atrai milhões de turistas anualmente. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Turismo de 2009, capitais nordestinas como Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Natal (RN) estão entre as cidades brasileiras que mais recebem turistas estrangeiros.
A participação do Nordeste para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional é de 13,1%.

Clima e vegetação da Região Nordeste

A região possui quatro climas distintos, são eles:
Clima equatorial úmido: presente em parte do Maranhão e do Piauí. Esse clima é localizado em uma faixa de cinco graus de latitude em torno da Linha do Equador, no centro do globo terrestre. Possui uma temperatura de 24°C a 27°C, com média mensal sempre superior a 18°C e alta pluviosidade (superior 2 000 mm de precipitação total anual e precipitação média mensal superior a 60 mm em todos os meses do ano).
Cachoeira Chapada das Mesas (MA)
Cachoeira Chapada das Mesas (MA). Foto: wikipedia
Clima litorâneo úmido: é verificado do litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte. Esse clima é quente e possui chuvas bem distribuídas durante todo o ano. A pluviosidade média anual varia entre 1500 a 2000 mm.
Clima litorâneo úmido
Foto: duplademalas
Clima tropical: presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. O clima tropical é caracterizado por ter temperaturas sempre superiores a 18°C, independente da época do ano.
Clima tropical
Foto: not1
Clima semiárido: presente em todo o sertão nordestino (grande parte da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará, em uma pequena parte do Sergipe e Alagoas). Esse clima é caracterizado pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. No Brasil chove menos de 300 mm por ano e tem uma média de 26°C de temperatura. O município paraibano de Cabaceiras tem o título de mais seco do país.
Clima semiárido
Foto: aquiacontece
De modo geral, o clima nordestino tem uma temperatura anual que varia entre 20° e 28°C com índice de precipitação anual entre 300 a 2000 mm. As chuvas ocorrem durante no máximo três meses, ocasionando estiagens que duram, às vezes, até 10 meses. As temperaturas inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da Chapada Diamantina e do Planalto da Borborema.
A vegetação acompanha seus respectivos climas:
Caatinga
Caatinga – Foto: Deltafrut
Mata Atlântica: essa vegetação existe por todo o litoral brasileiro. É a mais destruída do Brasil, restando apenas 5% da vegetação original. A instalação de cidades, a extração do pau-brasil e a monocultura de café foram os grandes responsáveis pelo devastamento.
Mata dos Cocais: formação vegetal de transição entre os climas semi-árido, equatorial e tropical. As espécies principais são o babaçu e a carnaúba, podendo aparecer também o buriti. Se estende por parte do Maranhão, do Piauí, do Ceará, do Rio Grande do Norte e do Tocantins.
Cerrado: ocupa 25% do território brasileiro, no nordeste está presente em regiões do Maranhão, Piauí, Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe. Apresenta árvores de baixo porte, chão coberto por gramíneas e solos de alta acidez.
Caatinga: é a vegetação típica do sertão com espécies de pereiros, aroeiras, leguminosas e cactáceas. Presente em todos os territórios do nordeste, exceto o Maranhão.
Vegetações litorâneas e Matas Ciliares: é um rico ecossistema formado principalmente por mangues, restingas e dunas. As matas ciliares são pequenas florestas que acompanham as margens dos rios e lagoas com maiores concentrações de materiais orgânicos no solo.
Relevo e Hidrografia da Região Nordeste do Brasil
O relevo nordestino é remontado basicamente pelo Planalto da Borborema, localizado a leste, uma das principais causas pela secura do sertão, já que o planalto impede a chegada de chuvas a região, causando grandes estiagens, a Bacia do Rio Parnaíba, a oeste, e algumas elevações, como as chapadas e os planaltos, um exemplo é a Chapada de Diamantina. Ao litoral vemos as planícies.
Os principais rios da região nordeste são o Rio São Francisco, que nasce em Minas Gerais (Região Sudeste) até a divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe, e o Rio Parnaíba, o norte da região. A Bacia Maranhense também tem grande importância